No dia 17 de Novembro de 2019, Martin Scorsese completou 77 anos.

Neste dia, fui presenteado ao ver seu mais novo filme: The Irishman.

Pôster do filme
Pôster do filme

Um filme Netflix, produzido e dirigido por Scorsese com roteiro de Steven Zaillian. O roteiro é uma adaptação do livro I Heard You Paint Houses de Charles Brandt, lançado em 2004.

Ao longo de seus 209 minutos (que parecem menos, graças a montagem inteligente do longa) acompanhamos revelações de um caminhoneiro chamado Frank Sheeran (De Niro) sobre sua longa carreira no crime organizado, que começa após ele conhecer Russel Bufalino (Pesci). Em um momento de sua trajetória, Frank trabalha com o lider sindical Jimmy Hoffa (Pacino).

Aqui vale a pena destacar algumas coisas sobre o elenco:

  • De Niro faz o seu básico, que é o necessário para o filme.
  • Pesci saiu de sua aposentadoria para participar do projeto e entregou uma atuação muito consistente.
  • Pacino (em seu primeiro trabalho com Scorsese!) rouba todas as cenas em que está presente, extremamente carismático e com momentos dignos de gargalhadas no cinema.
  • Além das três figuras carimbadas em obras relacionadas a máfia, também estão presentes nomes menores que já se aventuraram no gênero como Ray Romano, Bobby Cannavale, Harvey Keitel e Steven Van Zandt, que aparece demonstrando seu talento como músico.

Com um elenco tão estelar, a tarefa de Martin Scorsese poderia ter sido prejudicada com a necessidade de fazer cenas com os atores rejuvenecidos digitalmente, o que não ocorre. Em alguns momentos até podemos perceber que a face rejuvenescida de De Niro para cenas situadas nos anos 70 não é igual a sua real face de filmes da época, meros detalhes.

Da esquerda para a direita, com suas faces atuais: Robert De Niro, Martin Scorsese, Joe Pesci e Al Pacino. Créditos: Brigitte Lacombe / The Guardian
Da esquerda para a direita, com suas faces atuais: Robert De Niro, Martin Scorsese, Joe Pesci e Al Pacino. Créditos: Brigitte Lacombe / The Guardian

Scorsese faz filme de máfia como ninguém, domina o gênero como poucos cineastas. Em The Irishman, há momentos de homenagens e piadas com outros filmes do gênero. É um filme muito parecido com outras obras de sua filmografia. Não que isso seja um problema, afinal, as pessoas ainda gostam de Woody Allen.

Assim como Frank conta e reflete sobre toda sua trajetória, a obra dá uma sensação de que talvez seja a despedida de Martin do gênero.

Uma despedida em alto nível.